Experimente o treinamento funcional, um programa de exercícios que exige esforço muscular integrado e em movimento. O método, que faz sucesso há anos nos Estados Unidos, promete seduzir também os praticantes brasileiros
por Priscila Boccia
De corpo inteiro
Pontos de apoio. O exercício começa e termina em um único pé – na saída, o esquerdo, e na chegada, o direito. E isso exige equilíbrio e coordenação.
"Você é tão forte quanto o seu elo mais fraco", sentencia o personal trainer americano Harley Pasternak. Assim o especialista explica por que o conceito de treinamento funcional é tão revolucionário. O elo mais fraco a que ele se refere é aquele músculo frouxo que deveria ser parceiro de toda a cadeia muscular, mas que rói a corda na hora do esforço. É o tal desequilíbrio gerado pela musculação tradicional, que prioriza alguns músculos, esquece-se de outros e exercita um pedaço de cada vez, isolado dos demais. "Ora, na vida real usamos diversos músculos para fazer um único movimento", diz o educador físico Luciano D'Elia, organizador do I Workshop Internacional de Treinamento Funcional, realizado em São Paulo.
A questão é que, se a cadeia muscular não está igualmente forte e flexível, cresce o risco de você ter má postura, sucumbir ao fazer certos tipos de esforço e até mesmo ter uma bela dor. "Quando os pares de músculos, chamados de agonista e antagonista, estão desbalanceados, a tensão fica desigual, o que compromete a postura e a movimentação", descreve o personal trainer Thiago Passos, aluno do Instituto Chek, escola americana de treinamento funcional.
Outra preocupação é exercitar pontoschave. "Os pequenos músculos, tanto os da coluna como os dos pés, são fundamentais para o bom funcionamento de todo o corpo", enfatiza John Blievernicht, consultor da Academia Nacional de Medicina Esportiva, nos Estados Unidos. O treino funcional prepara o corpo para um bom desempenho nas atividades rotineiras, como agachar-se, empurrar um móvel e carregar uma criança — daí seu nome. Para tanto usa elásticos, bolas, pranchas de instabilidade e bastões, entre outros aparelhos
O programa desenvolve a força, a flexibilidade, a coordenação, 0 equilíbrio, a resistência e a velocidade. "O corpo seaprimora e transfere o aprendizado para os momentos de necessidade", garante a educadora física Liciana Rossi, de Jundiaí, no interior paulista. "É provável que treinar a força dinâmica em movimentos parecidos com os do dia-a-dia funcione, mas épreciso comprovar essa hipótese", pondera Júlio Serrão, professor de biomecânica da Universidade de São Paulo.As pesquisas ainda engatinham. "A principal dificuldade é medir a atividade muscular durante situações de instabilidade, como a de alguns exercícios funcionais", reconhece Thiago Passos. "Mas sabemos que abdominais sobre uma bola, por exemplo, ativam inclusive músculos periféricos, ou auxiliares, menos requisitados na versão convencional do exercício", revela.
Fabiano Piassarollo
"Core Life Performance"
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